Uma célula do nosso corpo mede um centésimo de milímetro, um mícron - um fio de cabelo dividido por 100.
Dentro dessa célula tem mais componentes que um Boeing 747.
Tem turbilhões de vórtices em velocidades de um furacão Mathew.
Tem descargas elétricas proporcionalmente maiores que as descargas elétricas das tempestades do Oceano Pacífico.
E, no entanto, esse sistema, esse turbilhão é capaz de manter-se, nutrir-se e ainda fazer uma cópia de si. É o fazer dessa cópia de si que nasce o conceito de mutação.
Na linguagem náutica, erro é “à deriva”.
Deriva é, portanto, ajuste de rota, o diálogo com o mar e o vento para esse ajuste.
Os navegadores portugueses chamavam isso de derrota. De rota.
Então, chega-se ao porto a partir do erro, das “derrotas”. Isso é ciência, isso é a vida.
Estamos no seculo 21, 12 mil anos desde a invenção das cidades,
10 mil desde a invenção da escrita, seis mil anos desde os avanços da matemática.
Veja como é breve, curto, o ritmo da cultura comparado ao ritmo vastíssimo da natureza, medido em bilhões de anos.
O cientista chefe do “Departamento de Futurismo” da INTEL dirige uma equipe de 1.500 pessoas. Nessa equipe estão sociólogos, psicólogos, engenheiros, filósofos, designers e, dentre tantos outros, cineastas e roteiristas de cinema. São esses caras que de posse de um grande volume de informações levantadas pela equipe vão produzir roteiros futuristas típicos de ficção cientifica. Assim a Intel projeta seus chips e novos equipamentos com antecedência de dez anos.
No livro “Galápagos”, Kurt Vonnegut conta sobre a visita de um alienígena aos humanos da ilha Galápagos, na costa do Equador, América do Sul. Ele volta ao seu planeta e tempos depois retorna à Terra à procura daqueles humanos da ilha. Não mais os encontra, todos desapareceram.
Mas ele olha para as pedras e vê uma colônia de focas, gordas, roliças e reluzentes. De repente uma delas solta um pum. Então ele vê todas as focas rindo e a autora do pum, rindo também.
Foi quando ele percebeu nas focas um comportamento humano: a capacidade de rir de si mesmo.
Informações aleatórias.
Fontes: Kurt Vonnegut (Galápagos), Intel.
Luís Alberto Oliveira - astrofísico Ph.D. curador do Museu do Amanhã.
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