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TEMPO DE VIDA

  • 16 de out. de 2024
  • 1 min de leitura

Em 1866, no ano em que a Cannon Street Railway Bridge foi aberta, havia quase três milhões de pessoas em Londres.


O centro da cidade era infernal. Lama e estrume de cavalo costumavam ir até o tornozelo em ruas cheias de ratos, fezes humanas, jornais, cacos de vidro, pontas de charutos e comida apodrecida.


Trabalhadores portuários, operários de fábrica, lavadeiras e suas famílias eram acolhidos em pequenas cabanas com chão de terra. O ar denso de fumaça no verão era encharcado de fuligem com neblina no inverno. A cada respiração, os londrinos enchiam os pulmões com partículas mutagênicas, com ácido, enxofre, madeira, metais, poeira e toda sorte de imundícies.


Um sistema de esgoto destinado a retirar dejetos humanos dos bairros mais ricos de Londres enviava-os para o Rio Tamisa que fluía para leste passando a Isle of Dogs em direção aos bairros mais pobres, onde as pessoas usavam a água suja para beber e tomar banho.


Nessas condições precárias, a cólera se espalhou com velocidade devastadora. E os três grandes surtos naquele século, em 1831, 1848 e 1853, matou mais de 30 mil pessoas e milhares de outras nos pequenos surtos durante os anos intermediários. A catástrofe final, como ficou conhecida, se concentrou quase exclusivamente nos habitantes do Soho, no West End, onde um poço contaminado fornecia água para mais de mil pessoas.



 
 
 

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