VOCÊ NÃO É SEU CORPO

O sistema funciona para o corpo. O objetivo é estimular os desejos para o corpo. Ansiedades, competições, complexos, angústias, doenças são resultados do massacre do capital sobre o corpo. A propaganda diz todo o tempo: você é sua aparência. “A primeira impressão é a que fica. Você não se olha? Não se enxerga?”

O mercado vende primeiras impressões. Depois vende segundas e terceiras para quem alcançou as primeiras. A todo instante o sistema nos lembra do corpo. O preto, o velho, o gordo, o magro, flácido, o ressecado, caucasiano, amarelo, o saudável, o enfermo.

Alimentos para ele, suplementos quando faltam elementos; estimulantes para os lentos, calmantes para os elétricos. O corpo como indústria na busca de fornecedores. Tem produtos para todos, ricos, pobres e remediados. Tem para os excluidos, as pontes, os abrigos, os infernos. Tem até os bunkers para os poderosos.

A casa extensão do corpo, a mansão, o casebre, o trem, o corpo avião. O carrão, o carro de mão. O corpo profissão, o pedreiro, o engenheiro; o enfermeiro, o médico, o policial e o ladrão. O corpo prisão.

Somos lembrados de satisfazê-lo a todo o tempo, mas não de acolhê-lo. É perigoso percebê-lo pois o risco é enxergar além dele. Esses podem contrariar e revelar a farsa do sistema. O corpo da arte.

O paradoxo do senso comum é levar a vida voltado para o corpo, mas fora dele. O espelho, o cabelo, a roupa. O perfume, o brinco, a tatuagem. A comida ácida, a bebida destrutiva, relações, emoções, pensamentos tóxicos.

Todos fora usando o corpo como objeto de consumo. Não temos noção de suas necessidades profundas. Nem percebemos a sua amorosa parceria.

No dia a dia, a mente distraida nas atividades. Durante o sono, em outros lugares

Quando entendermos que o corpo é uma antena apontada para as dimensões, que tem programas incríveis na nuvem e os downloads são free, anularemos o sistema, dissolveremos a matrix e cairemos na real.

Fim!

@Arthur